Violeta Bresser Monteiro de Alcântara Carreira Torok (1911-1952)

 Foi jornalista, colunista social, tradutora, feminista, e uma mulher avant garde para a sua época. Morava no Rio de Janeiro. O irmão, Célio, e a então sua única sobrinha, Julieta, iam para lá umas duas vezes por ano, e ela vinha sempre para São Paulo, onde eles viviam. Nunca teve filhos.

Violeta foi de Portugal para o Brasil em 1930 ou 1932, com a mãe, Cymodocea, e o irmão Célio, depois de o pai, Manoel Carlos, ter morrido repentinamente durante uma conferência na Associação Brasileira de Imprensa do Rio de Janeiro.

Ficou em São Paulo durante alguns anos, assistindo ao casamento do irmão mais novo ao nascimento da primeira sobrinha, Julieta. Depois fixou-se no Rio de Janeiro, onde viveu até à sua morte, em 1952, vítima de cancro. Era casada com um engenheiro romeno, Ladislau Torok e morava na rua Senador Vergueiro, no Flamengo.

Jornalista, comprometida com a modernidade, colaborava como articulista num jornal importante da capital, e dedicou-se a cobrir notícias sobre a sociedade carioca. Foi a iniciadora da coluna social - um segmento de notícias diárias sobre acontecimentos e personalidades de destaque na sociedade carioca. Trabalhava em parceria com Gilberto Trompovski, jornalista muito conhecido no Rio de Janeiro. Organizava também conferências sobre temas que interessavam às mulheres, e estava sempre envolvida em acontecimentos actuais e de vanguarda.

 Interessou-se fortemente pela adesão do Brasil aos países Aliados, durante a II Guerra Mundial. No início do conflito, o presidente Getúlio Vargas simpatizava com os países do Eixo: Alemanha, Itália…Hitler e Mussolini. Existe ainda hoje um enorme álbum, inacabado mas muito importante, em que ela e o irmão Célio trabalharam muito, e que consistia em depoimentos, assinaturas e fotos de todos os chanceleres da América, que vieram ao Rio de Janeiro para uma grande conferência a favor dos Aliados.

No final, Getúlio Vargas mudou de lado, e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados.

Violeta era linda, criativa e ousada no modo de se vestir, muito elegante. Quando ia a São Paulo para alguma conferência, a família encontrava-se com ela no hotel em que se hospedava. Fotos suas saíam em jornais e revistas.

Como não tinha muito dinheiro, transformava as roupas e chapéus que tinha noutros modelos, sempre originais e muito elogiados pelas socialites da época. A mãe, Cymodocea, o irmão e ela só conversavam em francês, facto que aborrecia muito a cunhada!

Foi talvez a primeira mulher a ir à praia de Copacabana com um fato de banho de duas peças, para escândalo e/ou admiração geral! O marido não se importava.

Poucos meses antes de morrer, estava muito deprimida, e sofria de transtorno obssessivo-compulsivo grave. Já estava muito debilitada. Internada na Casa de Saúde São Silvestre, no caminho do Corcovado, suicidou-se, atirando-se da janela do quarto.